terça-feira, 15 de setembro de 2009

LAURENCE BITTENCOURT - NEGÓCIO DO CÉU

É para pensar: como é que um padre, um bispo ou mesmo as Comunidades Eclesiais de Base, as chamadas CEBs, podem ser contra a propriedade privada, se entre os Dez Mandamentos, o 10º diz “não cobiçarás as coisas alheias”, como também “não cobiçarás a mulher do próximo”, e se o 7º mandamento diz “não furturás”? Isso significa que entre as prescrições de Deus, através dos 10 Mandamentos (segundo alguns a Constituição mais bem feita do mundo, porque sintética e direta) pelo menos 30% dela reconhece a propriedade privada?

Isto sem falar que no Deuteronômio no capitulo 27, versículo 17 diz: “maldito seja aquele que transpõe os marcos do seu vizinho e todo o povo diz amém”. Mas a Igreja Católica ou boa parte dela, que é uma defensora (ou diz ter a procuração de Deus aqui na terra) do Livro Sagrado, defende o MST, que prega a invasão de propriedade privada, etc, etc. Não é estranho? Dedução lógica: estão contra Deus, ou contra as leis de Deus. Será que talvez não seja um dos motivos que tem levado ao afastamento de muitos católicos das hostes da Igreja Católica, preferindo as religiões evangélicas que pregam a teologia da prosperidade?

No entanto, acrescento eu, as Igrejas (todas) tem algo em comum: vendem a salvação mas não entregam. E quando são questionadas sobre esse fato, alegam que o cristão “só recebe o investimento na salvação, depois que morre”. E caberia outra questão: qual seria a moeda que vale do outro lado? Seria Euro, Dólar ou Real (fiquemos nessas três)? Porque caso não tenha valor, como pedir essas moedas aqui na terra como forma de pagamento do investimento? Outra dedução lógica: caso não tenha valor, quem investiu dando dinheiro as Igrejas, perdeu dinheiro. Se me disserem que do outro lado o retorno é espiritual já é uma resposta, ok, mas ainda assim fica questão sem explicação do porque pedir dinheiro.

E mais ainda: quem chega do outro lado e nenhuma dessas moedas (Euro, dólar ou real) tem valor, o investidor pode reclamar? Teria algum Procon? E se não tiver Procon, deve reclamar a quem? Acho que é por isso que muitos afirmam que religião é um grande negócio, talvez como outro qualquer, apenas sem nota fiscal. Portanto, acho que eles deveriam ser obrigados a tirar nota (destino: céu) e pagar imposto como qualquer outro negócio.