Por Por Clarissa Oliveira:
Apontado pelo Ministério Público Estadual como responsável pelo desvio de recursos na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), o novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, diz que houve apenas “desequilíbrio financeiro” e nega que dinheiro da entidade tenha ido para campanhas eleitorais de seu partido. Em entrevista exclusiva ao Estado, Vaccari responsabiliza os próprios cooperados por não terem obtido as chaves dos imóveis que adquiriram. Alegando mais uma vez que as denúncias fazem parte de uma “ação eleitoreira”, ele diz que erros orçamentários demandaram o reajuste das “estimativas de custo”. “O que existe é uma briga entre sócios.”
Como o sr. reage às conclusões do promotor José Carlos Blat, do Ministério Público Estadual?
Vocês insistem no erro. Não há R$ 100 milhões de rombo.
Então, como o sr. explica os quase três anos de investigação?
Para se ter uma ideia, ele em nenhum momento cita que teve acordo com a Bancoop. Um acordo judicial, transitado com o juiz. De qualquer forma, há uma diferença entre gestor financeiro e diretor financeiro. Luizinho (Luiz Malheiro, ex-presidente da Bancoop) optou pelo modelo de gestores. Me fez gestor financeiro, mas eu não assinava nada.
O sr. não assinava os balanços?
Nunca tive de assinar nada. Nem balanço. Só quando virei presidente, quando Luizinho morreu num acidente. Eu podia renunciar, mas optamos por um mandato-tampão. Fizemos auditoria contábil e de engenharia. Engenheiros disseram: “Tem problema nos preços. É muito baixo. Com esse preço, vocês não constroem.”
O sr. explica todo o problema de famílias que não receberam os imóveis por um erro orçamentário?
Chamamos os cooperados e dissemos: “Amigos, com esse dinheiro dá para fazer duas torres, não três. Auditem para verificar.” Alguns fizeram isso e estão tocando a vida. Outros não concordaram com o resultado. Só que faltava dinheiro. Aí, o cara pega o termo de adesão e lá tem todas as regrinhas, inclusive a de que eles têm de pagar eventuais diferenças de preços. Mas eles dizem: “Ah, tem de construir por esse preço que você falou.” É estimativa de custo. Esse promotor faz essa apologia o tempo todo. Por que não propõe ação na Justiça?
Mas foi o irmão de Luiz Malheiro que denunciou pagamentos ao PT.
O Hélio Malheiro é um picareta. Só o conheci quando o irmão dele morreu. Nós o demitimos por má prestação de serviço. Ele e o Andy (Roberto, ex-segurança da Bancoop), que espelhava notas. Esse promotor quer sacanear comigo, porque sou petista, tesoureiro do PT. É uma ação eleitoreira.
O sr. não tem preocupação?
Vou reagir politicamente e ele que vá fazer gracinhas com as negas dele. Acabou o dinheiro, paramos as obras. No dia em que pagarem, continua. Cooperados que tinham de pagar, alguns deles não quiseram. Os que quiseram concluíram a obra e estão tranquilos. Se esse promotor quisesse saber quem sacou dinheiro, não somava cheques de operação interbancária. Ele soma e diz que é rombo.
Há indícios de que o dinheiro foi para campanhas do PT. Não é de hoje o histórico de caixa 2 no PT.
Não tem caixa 2 no PT. Eu nunca tive conhecimento disso.
Chama-se mensalão.
Não existe isso. Se o Blat tivesse feito uma investigação séria, não diria tanta bobagem.
R$ 1,5 milhão teriam sido pagos à empresa de Freud Godoy.
Freud é prestador de serviços. Faz segurança. Demitimos o Andy e contratamos o Freud.
Mas o Freud não é suspeito?
Não tem nada suspeito, nunca foi condenado a nada. Se os jornais não gostam do Freud porque ele é assessor do Lula, é um problema dos jornais.
O sr. trocou telefonemas com Hamilton Lacerda no dia da compra do dossiê dos aloprados?
Vá na Polícia Federal e pegue meu depoimento. Estamos conversando, mas não sei o que você fez antes de chegar. E se você matou um cara na esquina? Nem foi o Hamilton que ligou.
Com quem o sr. falou?
O delegado não perguntou.
Me parece uma pergunta óbvia.
Está vendo como é uma engenharia política? Tentam até trazer os aloprados para a gente. É serviço do PSDB.
Quem está mandando?
Acho que o amiguinho deles promotor. Ou o presidente do PSDB, ou o Serra.
Quando o PT o indicou para a tesouraria, sabia que isso viria à tona. Alguns disseram que foi um pagamento por serviços prestados.
Não recebi.
Como foi a escolha de seu nome?
Foi um debate político, como ocorre com todo mundo. A prerrogativa de resolver o problema foi da cooperativa, de colocar tudo em ordem. Agora, o que existe é uma briga entre sócios. Uma cooperativa é uma sociedade de pessoas. E alguns sócios não querem cumprir o que eles combinaram.
O que está sendo feito para solucionar o problema dos cooperados?
Eles têm de pagar. Se não pagam, não têm. Há um contrato assinado, com preço estimado. E querem transformar em Código de Defesa do Consumidor, com preço fechado. Mas não foi isso o que assinaram.
Como o sr. reage às conclusões do promotor José Carlos Blat, do Ministério Público Estadual?
Vocês insistem no erro. Não há R$ 100 milhões de rombo.
Então, como o sr. explica os quase três anos de investigação?
Para se ter uma ideia, ele em nenhum momento cita que teve acordo com a Bancoop. Um acordo judicial, transitado com o juiz. De qualquer forma, há uma diferença entre gestor financeiro e diretor financeiro. Luizinho (Luiz Malheiro, ex-presidente da Bancoop) optou pelo modelo de gestores. Me fez gestor financeiro, mas eu não assinava nada.
O sr. não assinava os balanços?
Nunca tive de assinar nada. Nem balanço. Só quando virei presidente, quando Luizinho morreu num acidente. Eu podia renunciar, mas optamos por um mandato-tampão. Fizemos auditoria contábil e de engenharia. Engenheiros disseram: “Tem problema nos preços. É muito baixo. Com esse preço, vocês não constroem.”
O sr. explica todo o problema de famílias que não receberam os imóveis por um erro orçamentário?
Chamamos os cooperados e dissemos: “Amigos, com esse dinheiro dá para fazer duas torres, não três. Auditem para verificar.” Alguns fizeram isso e estão tocando a vida. Outros não concordaram com o resultado. Só que faltava dinheiro. Aí, o cara pega o termo de adesão e lá tem todas as regrinhas, inclusive a de que eles têm de pagar eventuais diferenças de preços. Mas eles dizem: “Ah, tem de construir por esse preço que você falou.” É estimativa de custo. Esse promotor faz essa apologia o tempo todo. Por que não propõe ação na Justiça?
Mas foi o irmão de Luiz Malheiro que denunciou pagamentos ao PT.
O Hélio Malheiro é um picareta. Só o conheci quando o irmão dele morreu. Nós o demitimos por má prestação de serviço. Ele e o Andy (Roberto, ex-segurança da Bancoop), que espelhava notas. Esse promotor quer sacanear comigo, porque sou petista, tesoureiro do PT. É uma ação eleitoreira.
O sr. não tem preocupação?
Vou reagir politicamente e ele que vá fazer gracinhas com as negas dele. Acabou o dinheiro, paramos as obras. No dia em que pagarem, continua. Cooperados que tinham de pagar, alguns deles não quiseram. Os que quiseram concluíram a obra e estão tranquilos. Se esse promotor quisesse saber quem sacou dinheiro, não somava cheques de operação interbancária. Ele soma e diz que é rombo.
Há indícios de que o dinheiro foi para campanhas do PT. Não é de hoje o histórico de caixa 2 no PT.
Não tem caixa 2 no PT. Eu nunca tive conhecimento disso.
Chama-se mensalão.
Não existe isso. Se o Blat tivesse feito uma investigação séria, não diria tanta bobagem.
R$ 1,5 milhão teriam sido pagos à empresa de Freud Godoy.
Freud é prestador de serviços. Faz segurança. Demitimos o Andy e contratamos o Freud.
Mas o Freud não é suspeito?
Não tem nada suspeito, nunca foi condenado a nada. Se os jornais não gostam do Freud porque ele é assessor do Lula, é um problema dos jornais.
O sr. trocou telefonemas com Hamilton Lacerda no dia da compra do dossiê dos aloprados?
Vá na Polícia Federal e pegue meu depoimento. Estamos conversando, mas não sei o que você fez antes de chegar. E se você matou um cara na esquina? Nem foi o Hamilton que ligou.
Com quem o sr. falou?
O delegado não perguntou.
Me parece uma pergunta óbvia.
Está vendo como é uma engenharia política? Tentam até trazer os aloprados para a gente. É serviço do PSDB.
Quem está mandando?
Acho que o amiguinho deles promotor. Ou o presidente do PSDB, ou o Serra.
Quando o PT o indicou para a tesouraria, sabia que isso viria à tona. Alguns disseram que foi um pagamento por serviços prestados.
Não recebi.
Como foi a escolha de seu nome?
Foi um debate político, como ocorre com todo mundo. A prerrogativa de resolver o problema foi da cooperativa, de colocar tudo em ordem. Agora, o que existe é uma briga entre sócios. Uma cooperativa é uma sociedade de pessoas. E alguns sócios não querem cumprir o que eles combinaram.
O que está sendo feito para solucionar o problema dos cooperados?
Eles têm de pagar. Se não pagam, não têm. Há um contrato assinado, com preço estimado. E querem transformar em Código de Defesa do Consumidor, com preço fechado. Mas não foi isso o que assinaram.