segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Reinaldo Azevedo demole Emir Sader

A indicação do alfabeticamente prejudicado Emir Sader para a Casa de Rui Barbosa também é uma agressão aos direitos humanos. Eu provo!

A brutal ignorância de Emir Sader sobre quase tudo, as reiteradas provas que dá de alfabetização deficiente, as espantosas tolices que diz, tudo isso nos leva, muitas vezes, a tratá-lo na base da pilhéria. De fato, como levá-lo a sério? Ocorre que a presidente Dilma Rpousseff está prestes a nomeá-lo presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, o que é um acinte à inteligência e, por que não?, aos direitos humanos.
Sader recorreu ao Twitter hoje para tentar negar que tenha endossado fuzilamentos em Cuba — ou “fusilamentos”, como ele escreve em sua apreensão muito pessoal da ortografia. É mesmo, é?
Em 2003, o tirano Fidel Castro fuzilou com “z” três dissidentes, sem direito a julgamento. Àquela ação, seguiu-se uma onda repressiva, conhecida como “Primavera Negra”, que encarcerou intelectuais, jornalistas e dissidentes do regime — alguns deles foram libertados recentemente, depois da intermediação da Igreja Católica e do governo da Espanha. O Apedeuta, como vocês sabem, comparou presos de consciência a bandidos comuns.
Muito bem! O que fez Emir Sader naquele 2003? Protestou contra os fuzilamentos? Não! Ele resolveu fazer um manifesto em defesa do governo cubano e de Fidel Castro. Entre outros absurdo, lia-se:
“Nós somente possuímos nossa autoridade moral, com a qual apelamos à consciência mundial para evitar uma nova violação dos princípios que guiam a comunidade global das nações. Neste momento, está em marcha uma intensa campanha de desestabilização contra uma nação da América Latina. O acosso contra Cuba pode servir de pretexto para uma invasão. Por isso, exortamos todos os cidadãos e todos os políticos a apoiar os princípios universais de soberania nacional, respeito à integridade territorial e à autodeterminação, essenciais para uma coexistência pacífica e justa entre as nações”
Entenderam? Cuba matava três dissidentes sem julgamento e trancafiava pessoas por crime de opinião, e Emir Sader liderava manifesto em defesa da ditadura. Indagado sobre os fuzilamentos, sabem o que ele respondeu à época?
“Bush também permitiu que dezenas de condenados fossem executados quando era governador do Texas”.
Sou contra a pena de morte. Em qualquer caso. Não sei quantas pessoas morreram nessas condições no Texas entre 1995 e 2000, quando Bush foi governador. O fato é que a punição é adotada por 38 estados. E, obviamente, nada tem a ver com questão política. Também Emir confunde crime comum com crime de consciência.
Assim, não venha este senhor agora dizer que não apoiou os fuzilamentos! Na prática, apoiou, sim! Sua indicação para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa não é uma ofensa apenas à inteligência, muito especialmente à língua portuguesa.  Ela ofende também os direitos humanos, a civilização!
Por Reinaldo Azevedo

“Prezos e çoltos”

Esses leitores…
Perguntei aqui a Emir Sader se quem “fusila” com “s” vai “prezo” com “z”. Resolveram responder em lugar do gigante. “Depende, Reinaldo. Se for petista, fica ‘çolto’”.

Uma pergunta ao “mestre” Emir Sader

Quem “fusila” com “s” é “prezo” com “z”?

Dá emprego pra ele, Dilma! Blog do Emir publica texto que explica por que os judeus foram os culpados pelo nazismo e como Hitler foi vítima desse povo perverso

Já que Dilma Rousseff deve nomear Emir Sader para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, não custa lembrar algumas contribuições do mestre à civilização.
Sader escreve num troço chamado Agência Carta Maior. Comoventes mesmo são alguns comentários de seus leitores, que ele aprovou.
Leiam este, por exemplo, que pede a expropriação dos bens dos judeus no Brasil. Luis José Ariosto Pereira Silva diz:
04/01/2009
Prof Emir, todos sabemos que o Estado Nazista Judeu eh financiado pelos judeus no mundo todo, ok, então o governo do presidente Lula pode tomar medidas contra a agressao de Israel aos palestinos pacificos, as mesmas sendo expropriar as empresas e aplicacoes dos judeus residentes no Brasil, ok, para que o dinheiro nao financie mais o terror, pode ser criado um fundo para auxiliar a Palestina livre com esse dinheiro, ok, basta o governo ser apoiado pela populacao amante da paz do Brasil, a mesma repudia essa postura de agressao do Estado Judeu, ok, e os cúmplices devem ser punidos também, ok!!!!

Alguém que se identifica como Pe. Alberto escreve este mimo (segue no formato original), em que Hitler aparece como vítima dos judeus (sem contar as mentiras grotescas sobre a família do facínora):
ANTÔNIO ALBERTO (Pe.Alberto) MENDES FERREIRA diz: 02/01/2009
Prof. EMIR, PARABÉNS !!!
ALGUNS NÃO TÊM CONSCIÊNCIA CRÍTICA, MAS … NEUTRALIDADE NÃO EXISTE. > ” OS MORNOS SERÃO CUSPIDOS FORA ” - diz a Bíblia -. OS LÍDERES DEVEM CONDENAR ESSE COMPORTAMENTO DESUMANO DO ESTADO DE ISRAEL E DE QUEM O APOIA.
RELIGIÃO À PARTE … OS JUDEUS, APESAR DE TEREM PROVOCADO DIVERSAS TRAGÉDIAS NA HUMANIDADE, PARECE QUE AINDA NÃO APRENDERAM. AO SEREM RETIRADOS DO EXÍLIO, A CAMINHO DA TERRA PROMETIDA, YAHWEH ” TRANSMITIU” OS DEZ MANDAMENTOS - Constituição / Regras do bem viver - A MOISÉS. ANTES, PORÉM, FEZ ESTA INTRODUÇÃO : “LEMBRA-TE , Ó ISRAEL, QUE FOSTES ESCRAVO NO EXÍLIO, CUIDA-TE PARA NÃO OPRIMIRES, TU TAMBÉM, O TEU IRMÃO”
PORÉM, ISRAEL TEM DEMONSTRADO TER A CERVIZ ENDURECIDA, SENÃO- dando alguns saltos na História -, VEJAMOS :
1 - Na diáspora, provocou a destruição de Jerusalém e se tornaram escravos na Babilônia ;
2 - Há dois mil e nove anos, por questões econômicas, fanatismo religioso e legalismo, assassinaram, através de um processo viciado e arbitrário, a JOSHUA, O NAZERENO, porque o ELE disse que os homens eram mais importantes que a Lei e que não deveriam ser submetidos a juros/dízimos egoísticos, escrunchantes. > Deu no que deu… todos nós sabemos. Logo depois, espalharam-se pelo Mundo.
3 - Espalhados pelo mundo, continuaram explorando a humanidade, tanto é que, na Alemanha/Áustria, lá pelos idos de 1900 exploram tanto, através de juros escrunchantes, a um pequeno empreendedor que o levaram à falência e à miséria, inclusive à fome. As filhas daquela casa foram para a prostituição afim de sustentar a família . Seu filho, ainda criança, a tudo isso assistiu, com dor e ódio no coração. Quando esse menino assumiu o Poder, na Alemanha, achando que aqueles cruéis agiotas eram desumanos e, por isso, de raça impura, mandou eliminá-los para purificar a humanidade.

DIANTE DISSO, PODEMOS PERGUNTAR ;
O QUÊ MAIS QUEREM OS JUDEUS ? UMA NOVA TRAGÉDIA ???
Voltei
Seriam os leitores dos Emirados Sáderes apenas um tanto destemperados? Não exatamente. Sentem-se estimulados por coisas assim, escritas por seu mestre:


“Para a imprensa, houve apenas a morte de um dirigente do Hamas. Mas se trata da longa lista de vítimas do novo holocausto, que agora tem a Israel como verdugo, como agente de crimes contra a humanidade.”
Como bem observou um leitor, caso se substituísse, acima, a palavra “judeu” por “negro”, Sader e seus leitores cairiam nas malhas do Ministério Público e seriam, com razão, processados por racismo. O site seria impedido de funcionar, e iria todo mundo em cana. Lembro que o crime é inafiançável e imprescritível.
Encerro
O post acima é de 7 de janeiro de 2009. É só para que fique claro sobre quem e o quê estamos falando. O “Blog do Emir” continua no Carta Maior, que se intitula um “portal de esquerda”. Quando as barbaridades acima foram publicadas, o “portal” era financiado pelo então governo petista do Pará — da tal Ana Júlia Carepa, lembram-se?
Pois bem: essas coisas continuam no ar — não adianta tirar que já fiz PDF. E, agora, quem financia a página é a Petrobras!

Emir abriu a janela através da qual Dilma pode defenestrá-lo se não quiser coonestar um crime contra a cultura

Se Dilma Rousseff tiver juízo, aproveita a agressão gratuita de Emir Sader contra a ministra da Cultura, Ana de Hollanda — de quem será subordinado se for mesmo nomeado presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa — e o defenestra antes de oficializado no cargo. Numa entrevista concedida à Folha, ele chamou Ana de “autista” (ver post abaixo). A barbaridade que disse sobre a origem de Gilberto Gil — o “nego baiano” surpreendentemente, segundo ele, melhor do que o branco Caetano — é outra evidência de inaptidão para o cargo, não fossem os problemas de alfabetização que ele herdou do tempo em que ainda estava no Massinha I…
Mais: Emir está anunciando a intenção de destruir o que ele admite não conhecer — o trabalho da fundação — em nome de uma ação puramente partidária. Se Emir for confirmado no cargo, Dilma estará endossando suas palavras e seus propósitos. Ele abriu a janela através da qual a presidente pode defenestrá-lo. Se ele fica, ela se rebaixa.

Nos Emirados Sáderes, será preciso ajoelhar e rezar…

Os pesquisadores da Casa de Rui Barbosa, nos corredores, ironizam a indicação de Emir Sader para presidir a fundação. A Folha de ontem informa que alguns dizem que será preciso cantar de manhã o hino da Internacional Comunista. Outros afirmam que o jardim onde Rui fazia a sesta será transformado num canavial. No pior cenário, todos teriam de ir cortar cana em Cuba…
Ainda não se chegou ao extremo. No país mental chamado Emirados Sáderes, é possível que os pesquisadores da Casa tenham de se ajoelhar algumas vezes por dia e rezar com o rosto voltado para São Bernardo…

Sader tem de ser demitido antes de ser nomeado; Dilma já fez isso antes

Lembram-se de Pedro Abramovay? Ele tinha sido escolhido pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para presidir a Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Quando Cardozo o indicou, todos sabiam que Abramovay era contra a prisão dos chamados “pequenos traficantes” — seja lá o que isso signifique. Em 2009, ele participara de um grupo no Ministério da Justiça, cujo titular era Tarso Genro (do mesmo grupo de Cardozo no PT), que elaborou uma proposta nesse sentido.
Pois é… Prestes a ser nomeado para o Senad, Abramovay voltou com a tese da não-prisão dos pequenos traficantes numa entrevista ao Globo. Cardozo disse que essa não era a opinião do governo, e Dilma se zangou: mandou demitir o rapaz antes mesmo de nomeá-lo. É bem verdade que Abramovay era aquele que, quando na Secretaria Nacional de Justiça, afirmou não agüentar mais as pressões de Gilberto Carvalho e da então ministra Dilma, pré-candidata à Presidência, para produzir dossiês contra adversários do PT… O nome dele foi parar no caderninho!
De todo modo, o motivo oficial da demissão do não-nomeado foi o fato de ele defender uma proposta contrária, afirmou-se, à política oficial do governo. E Emir Sader? A ele será permitido chamar a ministra a que está subordinado de “autista”? A ele será permitido anunciar o aparelhamento de um órgão do estado, cujo trabalho confessa ignorar?

Emir e o fuzilamento de pessoas e da língua portuguesa

Foram tantas as barbaridades ditas por Emir Sader que algumas acabam escapando. Na conversa com os jornalistas da Folha, ele falou sobre a importância de discutir direitos humanos, anistia, Comissão da Verdade etc. Os repórteres quiseram saber se isso também valia para Cuba. Sabem o que ele respondeu?
“É diferente a polarização cubana. É tão ‘Guerra Fria’ ainda, contra e a favor, que quem sai vai de tal maneira para a direita… Se é que não acaba em Miami”.
Entenderam? Os “direitistas” de Cuba não têm direito aos… direitos humanos!!!
Em 2003, Emir Sader defendeu o fuzilamento sumário de três dissidentes cubanos. Considerou uma prova da soberania do país. Até o arquicomunista José Saramago, então, criticou o tirano: “Até aqui fui com Fidel, mas agora não dá mais…” Depois fez as pazes. É bem verdade que o “até aqui” de Saramago já somava cem mil mortos.
Emir foi mais prático: três mortes a mais, três a menos não fazem diferença.
Analfabetismo continuado
No Twitter, Emir não perdoou e resolveu fuzilar a língua portuguesa mais uma vez:
Na linha de Goebbels da Velha Midia, repetem que eu teria apoiado fusilamentos em Cuba.Provem. Eles acobertaram os fusilamentos da ditadura.
Ele escreveu “fusilamentos” com “s”, duas vezes! E vai presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. Seu lugar é uma sala de alfabetização do antigo Mobral.

O petista Emir Sader, o racismo e a estupidez. Ou: Futuro presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa chama sua chefe de “autista” e diz seguir orientação de Dilma

O caderno “Ilustríssima”, da Folha, trouxe neste domingo um excelente texto de Marcelo Bortoloti e Paulo Werneck sobre a Fundação Casa de Rui Barbosa, que vai ser presidida pelo petista Emir Sader, acusado por alguns de sociólogo e intelectual. Há alguns anos considero este senhor um país mental, a que dei o nome de “Emirados Sáderes”. O texto da Folha, intitulado “Um emirado para Emir”, seguiu ao menos um pedaço dessa trilha. Já escrevi três posts sobre a indicação do bruto para a fundação: dois no dia 18 — “Abaixo o preconceito! Tiririca para a Casa de Rui Barbosa!” e  ”Sader, o novo presidente da Casa de Rui Barbosa, se diz um especialista acadêmico em “Lula”!!! É mole?” — e um no dia 24: “Um país mental chamado Emirados Sáderes. Ou: A Madraçal do Emir“. Se era para escolher um quase analfabeto para a instituição, por que não o palhaço que é campeão de votos?
O “professor” já havia barbarizado numa entrevista ao jornal O Globo ao anunciar a pretensão de transformar Slavoj Zizek, Eduardo Galeano e Marilena Chaui em referências da reflexão na Casa. A grande ousadia de Zizek é justificar o terrorismo como uma moderna forma de luta política. Lixo moral! Marilena e Galeano são dois dinossauros daquela esquerda que alguns chamam “carnívora”, mas que, estou certo, é “herbívora”, já que pensa com os pés no chão — os quatro… Falarei um pouco mais da instituição abaixo. Quero me fixar um tantinho em Emir. Na conversa com a Folha, ele exagerou na delinqüência intelectual e, é o caso de avaliar, pode ter cometido um crime que dá cadeia, cuja pena é inafiançável e imprescritível: racismo. E nem é necessário que alguém o acuse disso. Se quiser, o próprio Ministério Público tem a prerrogativa de denunciá-lo. Por que escrevo isso?
Caetano Veloso, em sua coluna no jornal O Globo, criticou a entrevista que Emir dera ao jornal, inclusive a intenção de levar aqueles intelectuais para a fundação. À Folha, Emir comentou a opinião do compositor nestes termos:
“O Caetano ziguezagueia, fala qualquer coisa. O Gil foi ministro tem que ter mais coerência, tem que fazer política. Quem diria que aquele nego baiano tem muito mais articulação do que o Caetano?”
Epa!!!
Alguém aí tem alguma interpretação alternativa para o que disse Emir Sader? Ele até emenda depois: “O Caetano é um cara conservador, tradicional, e o Gil é um cara inovador, com o qual eu me identifico”. Pode até ser. Mas as palavras têm sentido. Quando este gigante do pensamento considera um paradoxo, e ele considera, um “nego baiano” ter “mais articulação” do que Caetano, está afirmando, evidentemente, que o normal é que “negos baianos” não sejam tão articulados quanto brancos baianos. O seu “quem diria?” expressa o que ele considera ser uma contradição. A frase me parece inequivocamente racista, além de revelar uma das muitas ignorâncias de Emir. O pai do “nego baiano” era um médico bem-sucedido, e ele próprio era formado em administração de empresas quando se lançou na vida artística. Não é alguém que endosse o folclore do “nego baiano” saído do Pelourinho para o estrelato. Na seqüência, quando elogia o “inovador” Gil, ainda parece fazê-lo à esteira daquele suposto paradoxo. Dessem duas cachaças ao valente, haveria o risco de dizer: “Eu, embora branco, me identifico mais com Gil…”
Instituição respeitável
Essa foi uma das barbaridades ditas por Emir na conversa com os jornalistas da Folha. É espantoso que este senhor esteja para dirigir uma instituição federal respeitável, que tem passado e tem presente. Lembra o texto da Folha:
É vasta a lista de trabalhos relevantes lá realizados. Para citar apenas alguns exemplos, foi ali que Antonio Houaiss escreveu um monumento sobre edição de livros no país: “Elementos de Bibliologia” (1967). Também foram realizados trabalhos relevantes na área de filologia, como o “Vocabulário do Português Medieval”, de Antônio Geraldo da Cunha, e o levantamento de manuscritos de autores como Álvares de Azevedo, José de Alencar e Cruz e Souza.
Mais recentemente, foi feito o preparo de uma edição crítica dos primeiros livros de poesia de Carlos Drummond de Andrade, por Júlio Castañon Guimarães, que também assina o estabelecimento de texto do volume de “Crônicas Inéditas” de Manuel Bandeira (Cosac Naify). A produção de Drummond para os jornais ainda inédita em livro foi levantada pela pesquisadora Isabel Travancas.
Emir quer mudar tudo! Para ele, a Fundação Casa de Rui Barbosa tem de ser um centro de reflexão sobre o… lulismo! Não se trata de uma brincadeira nem de um resumo apressado. E sabem em quem ele se escora para justificar essa escolha? Na presidente Dilma Rousseff. Numa entrevista que a então candidata concedeu ao próprio Emir e a Marco Aurélio Garcia — sim, o Top, Top —, que virou livro, ela teria dito:
“Vocês têm que teorizar esse troço, nós estamos fazendo. Nós não temos tempo de pensar os limites, as contradições, os potenciais”.
O “vocês” são os “intelectuais” da estirpe de Emir; “esse troço” é o lulo-petismo. Indicado para presidir a Fundação, este iluminado acha que uma instituição dedicada à preservação de acervos literários e pesquisas históricas deve se converter num centro de louvação da herança lulista.
Confissão de ignorância
Os Emirados Sáderes ainda não invadiram a Fundação Casa de Rui Barbosa. A nomeação está para a acontecer. Embora ele queira mudar tudo por lá, confessa ignorar o trabalho que se faz na instituição que vai dirigir. Leiam isto:
O que Emir Sader destaca na produção da Casa Rui? “Eu vou fazer injustiças… A [historiadora] Isabel Lustosa faz um trabalho legal, a [crítica literária] Flora Süssekind… Mas aí é dizer mais ou menos o óbvio, né. A Lia Calabre, na parte de políticas culturais… Eu não conheço direito, não conheço por ignorância minha, mas não conheço por intranscendência da Casa. Você olha aquilo lá e não sabe em que momento do país aquilo foi produzido. Eu também não me informei muito. As coisas da casa não chegaram a mim. E lá de dentro não saiu essa transcendência, de colocar temas importantes”.
Eu vivo gozando da ignorância de Emir. Ele pensa mal, escreve mal, cita mal — já participei de um debate com ele em que atribuiu a Adam Smith o que este nunca dissera; um dos presentes insistiu para Emir revelar a fonte da citação; não existia; foi muito constrangedor! Noto, ao ler o trecho acima, que ele ignora o significado da palavra “transcendência” em todas as suas acepções. O que quer dizer, meu Deus!, “sair transcendência lá de dentro?” Imaginem, então, o que vem a ser a “intranscendência”, uma surpresa até para os dicionários…
E, obviamente, destaco a vigarice intelectual de quem confessa ignorar o trabalho que se faz na instituição que vai presidir, embora tenha demonstrado a intenção de mudar o rumo do trabalho. É o fim da linha!
De como Emir não foi ministro
Emir Sader queria ser ministro. Ele se mobilizou para isso. Ele puxou o saco para isso. Ele organizou um manifesto de intelectuais e artistas em favor de Dilma para isso. Mas cometeu um erro fatal. Convidou Chico Buarque para ser a grande estrela do movimento, e a ministra, como sabem, é Ana de Hollanda, irmã do colecionador de Jabutis em cima da árvores. O homem está frustrado. A Fundação Casa de Rui Barbosa é subordinada ao Ministério da Cultura. Assim que for nomeado, Ana passa a ser a chefe de Emir. Ele não contém seu ressentimento. Na entrevista à Folha, referiu-se ao corte do Orçamento nestes termos:
“Tem o corte, o orçamento é menor, e tem dívidas. Desde março, não se repassou nada aos Pontos de Cultura. Teve uma manifestação em Brasília. Está estourando na mão da [ministra] Ana [de Hollanda] porque ela fica quieta, é meio autista.”
É isto: Emir Sader acha que sua futura chefe é meio “autista”.
Este notável intelectual será nomeado para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa na cota pessoal do Babalorixá de Banânia. Não escamoteia sua ignorância nem seus propósitos. A idéia é mesmo transformar a instituição numa divisão do PT. Repetindo aquelas que seriam palavras da própria presidente, não poupa nem mesmo a ministra da Cultura, petista como ele. Imaginem o que fará com a linha de pesquisa que não endossa seus preconceitos ideológicos.
Até outro dia, os adversários do PT se encarregavam de acusar o partido de aparelhar órgãos do estado. Eles negavam. Agora, há uma advertência, um aviso prévio: “Vamos aparelhar, sim!”  Emir diz que transformará a entidade numa divisão do partido e deixa claro que não se subordinará nem àquela que será sua chefe.
Com a palavra, a presidente Dilma Rousseff, cuja diretriz ele diz estar obedecendo.