O ótimo Blog do Contra, do ex-professor Gustavo, traz uma
lista de livros esquerdistas que tiveram e têm grande influência sobre corações
e mentes no Brasil. A lista é boa. E ele explica o porquê destas ideias serem
tão nocivas. São os mais enviesados livros que mais influência exerceram no
Brasil nos últimos cento e tantos anos. Eis a lista sem as fotos, pois
deixariam o texto grande por demais:
1- O Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels
(1848) – Panfleto que é a certidão de nascimento do “socialismo científico”. É
o modelo de todos os manifestos de esquerda. Preparou o terreno para algumas
das piores ditaduras da História e para a morte de mais de 100 milhões de
pessoas no século XX. É, para muitos, o primeiro texto esquerdista que lêem -
e, para alguns, o único.
2 - O Capital, Karl Marx (1864) – Bíblia da economia
marxista, quase ninguém leu, mas muitos, marxistas ou não, consideram-no o novo
Evangelho. É provavelmente o livro mais citado e menos lido da História. Previu
o fim inexorável do capitalismo, sempre anunciado e sempre adiado. Leitura
extremamente árida, idéias piores ainda.
3 - Ariel, José Enrique Rodó (1900) – Livro chatíssimo, de
escrita barroca. Embora curto, é quase ilegível. Defende a tese de que a
cultura hispano-ibérica,supostamente mais espiritualizada, é superior à
anglo-saxônica, “materialista e vulgar”. Não surpreende que tenha se tornado um
clássico do antiamericanismo.
4 - Que Fazer?, Vladimir Lênin (1903) – Um guia para a
organização do partido revolucionário comunista. Lançou as bases para o Partido
Bolchevique na Rússia, a maior máquina totalitária da História. Respondendo a
pergunta que dá título ao livro: não abra.
5 - Os Protocolos dos Sábios de Sião (1903) – Clássico do
antissemitismo, ajudou a divulgar a mentira da “conspiração-judaica-para-dominar-o-mundo”.
Obra apócrifa, cheia de absurdos, sua autoria foi atribuída, como parte da
lenda, a uma suposta cabala judaica, mas foi escrita mesmo pela polícia
czarista russa.6 - O Estado e a Revolução, Vladimir Lênin (1918) – Olha ele aí
de novo. O pai do totalitarismo foi um escritor prolífico. Nesse livreto, ele
prevê o “fim progressivo” do Estado após a tomada do poder pelos comunistas e a
instauração da “ditadura do proletariado”. Ocorreu exatamente o contrário.
7 - O Judeu Internacional, Henry Ford (1920) – Texto
antissemita escrito pelo fundador e dono da Ford. É a prova de que homens de
negócios também podem ser estúpidos.
8 - Minha Luta (Mein Kampf), Adolf Hitler (1925) – Livro que
lançou as bases da ideologia nazista. Precisa dizer mais?
9 - Comunismo Soviético: Uma Nova Civilização, Sidney e
Beatrice Webb (1935) – Relato de viagem do casal inglês, pais do socialismo
britânico e “companheiros de viagem” do comunismo, cheio de elogios à URSS de
Stálin. Modelo de cegueira ideológica que seria imitado à exaustão nas décadas
seguintes.
10 - A Revolução Traída, Leon Trotsky (1936) – Considerado
por muitos um livro anti-soviético, é na verdade uma tentativa de o autor, um
dos construtores da URSS, isentar-se de culpa pela ditadura comunista. Defende
a tese de que o stalinismo foi um desvio de rota, uma “traição” dos ideais da
Revolução Russa, que seria supostamente antiautoritária e antiburocrática. Um
perfeito exercício de “salvar a própria cara”, poderia ter como subtítulo: “Como
construir um Estado totalitário e depois posar de vítima”.
11 - Cadernos do cárcere, Antonio Gramsci (1937) – Ensina os
comunistas a tomar o poder de maneira solerte e quase imperceptível, mediante a
“conquista de espaços” e a “hegemonia” cultural. Mostrou o caminho das pedras
aos petistas e a seus assemelhados da esquerda festiva, que se dedicam a minar
as instituições democráticas, enquanto se fingem de democratas.
12 - A Personalidade Autoritária, Theodor W. Adorno (1950) –
Livro de um dos expoentes da neomarxista “Escola de Frankfurt”, bastante
influente desde os anos 60, defende a falácia de que a “direita” é autoritária,
mas a “esquerda”, não. Muito usado para “provar” que qualquer um que se oponha
às idéias de esquerda sofre de distúrbios psiquiátricos. Provavelmente, um caso
de inversão psicológica.
13 - A História me Absolverá, Fidel Castro (1953) –
Teoricamente, é a transcrição do discurso que Fidel Castro fez durante seu
julgamento pelo ataque ao quartel de Moncada, em 1953. Na realidade, é um
panfleto de propaganda política feito a posteriori para enaltecer o ditador.
Uma das maiores armações editoriais já feitas em todos os tempos, à altura do
regime dos irmãos Castro.
14 - A Guerra de Guerrilhas, Che Guevara (1960) – “Manual”
que pretendia ensinar a combater e derrotar o “imperialismo” a partir de um
pequeno grupo ou foco de combatentes (foquismo). O autor, depois de fuzilar
algumas centenas de prisioneiros políticos e de ajudar a arruinar a economia de
Cuba, tentou implantar seus ensinamentos no Congo e na Bolívia. Foi derrotado
nas duas vezes e acabou preso e executado, provando de seu próprio veneno.
Depois disso, virou ídolo pop e estampa de camiseta, usada por adolescentes com
hormônios de mais e neurônios de menos.
15 - Furacão sobre Cuba, Jean-Paul Sartre (1960) – Livro em
que o filósofo existencialista, autor da frase inacreditável “Todo
anticomunista é um cão”, dá vazão á sua paixão pelos revolucionários cubanos,
em especial a Che Guevara, que ele descreveria depois como “o ser humano mais
completo do século XX”. Sem comentários.
16 - A Verdade sobre Cuba, C. Wright Mills (1960) – Apesar
do título, não passa de um panfleto contra o “imperialismo” dos EUA e a favor
do regime de Fidel Castro em Cuba. Uma das maiores mistificações de todos os
tempos.
17 - Os Condenados da Terra, Frantz Fanon (1961) – Clássico
do terceiromundismo, advoga abertamente a violência dos “oprimidos” contra os “opressores”.
O autor, que era psicólogo, chega a enaltecer as “virtudes psicológicas” da
violência revolucionária. Muito lido por terroristas e militantes do racismo
negro, atualmente chamados “defensores de cotas raciais”.
18 - A Mística Feminina, Betty Friedan (1963) – Livro que,
juntamente com O Segundo Sexo (1948), de Simone de Beauvoir, lançou as bases do
feminismo. Virou um catecismo de donas-de-casa americanas entediadas e de
executivas castradas emocionalmente. Justifica em cada linha a frase imortal de
Nelson Rodrigues: “O único movimento feminino que me interessa é o dos quadris”.
19 - O Homem Unidimensional, Herbert Marcuse (1964) – Obra
de enorme influência nos anos 60, ataca o capitalismo e a sociedade industrial,
com base no marxismo e no freudianismo. Uma das bíblias dos pós-modernistas,
usa e abusa de Marx e Freud para provar que o capitalismo é um sistema mau e
totalitário, ao contrário do que existia nos países atrás da Cortina de Ferro.
20 - Revolução na Revolução?, Régis Debray (1967) – Livreto “revolucionário”
do escritor francês, admirador de Che Guevara e da Revolução Cubana. Defende a
teoria do “foco” guerrilheiro como o caminho para a revolução. Renegado depois
pelo autor.
21 - O Livro Vermelho do Pensamento do Camarada Mao, Mao
Tsé-tung (1967) – Coletânea de platitudes do maior assassino de massas da
História, tornou-se leitura obrigatória dos chineses durante a “Revolução
Cultural” dos anos 60. Virou souvenir para turistas.
22 - Os Conceitos Elementares do Materialismo Histórico,
Marta Harnecker (1969) – Cartilha da vulgata marxista, um dos dez livros que
mais comoveram o idiota latino-americano. Adotado nas escolas em Cuba.
23 - As Veias Abertas da América Latina, Eduardo Galeano
(1971) – Considerada a Bíblia do perfeito idiota latino-americano, escrita por
um dos maiores expoentes da turma, um uruguaio fã de Fidel Castro. É um rosário
de desgraças do continente, desde a descoberta no século XV, atribuídas sempre
aos colonizadores (primeiro espanhóis e portugueses; hoje, os gringos
norte-americanos). Pode ser resumido na seguinte frase: somos pobres por causa
deles, os “imperialistas”. Também conhecido como As “Véias” Abertas da América
Latina.
24 - Rumo a uma teologia da libertação, Gustavo Gutiérrez
(1971) – Livro que deu o pontapé inicial na heresia oportunista batizada de “teologia
da libertação”, bastante popular na América Latina e representada no Brasil por
Frei Betto e Leonardo Boff. Bebe na onda “modernizadora” iniciada após o
Concílio Vaticano II (1962-1965) para tentar uma síntese entre o catolicismo e
o marxismo, com predominância, claro, deste último. Deu origem a um dos maiores
engodos de todos os tempos. Apenas confirmou o dito bíblico de que não se pode
servir a dois senhores ao mesmo tempo.
25 - Para Ler o Pato Donald, Ariel Dorfman e Armand
Mattelart (1972) – Pequeno manual para “compreender” as mensagens subliminares
supostamente presentes nas tirinhas da Disney, por meio das quais o pérfido
imperialismo ianque faria lavagem cerebral em nossas crianças. A única lavagem
cerebral foi a que sofreram os autores, dois esquerdistas ociosos que viam
propaganda imperialista em histórias em quadrinhos.
26 - Vigiar e Punir, Michel Foucault (1975) – Obra de um dos
principais representantes da filosofia francesa pós-moderna, apresenta a
polícia e as prisões como instrumentos de dominação social, a serviço da “opressão
das elites” etc.. Um dos livros preferidos da turma esquerdista inimiga da
polícia e amiga de um baseado, adepta do “direito achado na rua” (ou na
sarjeta).
27 - Cuba: Ditadura ou Democracia?, Marta Harnecker (1978) –
O titulo já diz tudo: a autora, viúva do chefe do serviço de espionagem cubano,
tenta argumentar que Cuba não é uma ditadura, mas um regime democrático, até
mais avançado do que a mais avançada das democracias capitalistas (!). Bom para
servir de papel higiênico na ilha onde este é artigo de luxo.
28 - Aparelhos Ideológicos de Estado, Louis Althusser (1978)
– Outro clássico do marxismo acadêmico e de botequim. Afirma que a “superestrutura”
(escola, família etc.) tem por finalidade a reprodução do sistema capitalista.
Tem pouco mais de 100 páginas, mas é tão chato que é quase impossível ler até o
final.
29 - Orientalismo, Edward Said (1978) – Clássico da moda
relativista chamada multiculturalismo, defende a idéia de que o “Ocidente” tem
uma visão deturpada do “Oriente” (em especial, do Islã). Muito citado por quem
tenta justificar fenômenos como o terrorismo islamita. A começar pelo autor, um
fervoroso militante anti-Israel, que via nos atentados terroristas palestinos
um gesto de “libertação”.
30 - O Livro Negro do Capitalismo, Gilles Perrault (org.)
(1997) – Tentativa tosca e mal-sucedida de resposta a O Livro Negro do
Comunismo, publicado naquele mesmo ano, e que trazia relatos fartamente
documentados e irrefutaveis das cerca de 100 milhões de mortes perpetradas pelo
comunismo no século XX. Coloca na mesma conta de “crimes do capitalismo” as
atrocidades do nazismo, guerras como a do Vietnã e os massacres de povos
indígenas durante a colonização nas Américas. Só faltou culpar o capitalismo
pela extinção dos dinossauros também. Tudo para desviar a atenção dos crimes do
comunismo.
31 - Hegemonia ou Sobrevivência, Noam Chomsky (2002) –
Panfleto antiamericano do guru de Hugo Chávez. Resumo: os EUA querem o poder
mundial e todos os que se opõem a isso estão defendendo a humanidade. O
antiamericanismo de Chomsky é tão intenso que já o levou a defender o regime
genocida do Khmer Vermelho no Camboja, nos anos 70. Atualmente, virou autor de
referência de Osama Bin Laden.
32 - Piratas do Caribe, Tariq Ali (2008) – O paquistanês
Tariq Ali faz a apologia dos governos populistas e caudilhescos da América Latina,
como os de Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa
(Equador) e Fidel Castro (Cuba) - com uma auréola de santo na capa. Autor
também dos inqualificáveis Choque de fundamentalismos (2001) e Bush na
Babilônia (2003), Ali chama esses governos de “o eixo da esperança”. Só não há
esperança para quem tente trazer esse radical trotskista e antiamericano
raivoso para o lado da racionalidade. O lema do autor: o que é ruim para os
EUA, é bom para a humanidade. Conselho: faça o mesmo que os cubanos e
venezuelanos fazem na menor oportunidade – fuja.
33-História da riqueza do homem, Leo Hubeman (1968) -
Espécie de bê-a-bá do materialismo dialético, apresenta um esquema histórico
com a evolução dos meios de produção, desde o feudalismo até a ascensão do
nazi-fascismo na Europa, pela perspectiva marxista. Primeiro contato de muita
gente com a “ciência” econômica de Marx e Engels.
34-Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991, Eric J.
Hobsbawn (1994) - Tudo bem que Hobsbawn é comunista até a medula, mas precisava
ser tão condescendente com a URSS num livro de História?.
- A Ilusão Americana, Eduardo Prado (1890) - Certidão de
nascimento do antiamericanismo tupiniquim, ganhou status de obra “cult” entre
os acadêmicos em parte porque foi o primeiro livro censurado pela República (em
1893, pela ditadura de Floriano Peixoto). Espécie de bíblia dos inimigos do “império
estadunidense”, quase sempre gente ressentida e movida pela inveja do “gigante
do Norte”, serve tanto à direita (o autor era monarquista) quanto à esquerda.
Sobretudo a esta, que transformou o ódio aos EUA numa espécie de religião e num
álibi para o atraso do Brasil em diversas áreas (“a culpa é dos outros” etc.).
É, assim, uma espécie de precursor de As Veias Abertas da América Latina, de
Eduardo Galeano, a bíblia dos idiotas latino-americanos (hoje rebatizados de “bolivarianos”).
- Por Que Me Ufano do Meu País, Conde Afonso Celso (1900) -
Pequeno livro fundador do ufanismo nacional (também conhecido como “chupa,
mundo!” ou “síndrome-do-comigo-ninguém-pode”), ou seja, a mania megalômana do
brasileiro de achar que o Brasil é o melhor país do mundo, com o melhor povo, o
melhor clima, os melhores rios, o melhor hino, a bandeira mais bonita etc. etc.
É a base para todo tipo de patriotada a que os brasileiros se entregam
alegremente de vez em quando, embalados por uma Copa do Mundo ou pelo marketing
do governo megalomaníaco de plantão, tanto de direita (o regime militar) quanto
de esquerda (os governos petistas de Lula-Dilma). Ironicamente, tem epígrafe em
inglês (My country, right or wrong - ou seja: “Meu país, certo ou errado”, o
que, como lembrou Millôr Fernandes, é o mesmo que dizer “minha mãe, sóbria ou
bêbada”). O post-scriptum poderia ser a frase de Samuel Johnson: “O
nacionalismo é o último refúgio do canalha”.
- Brasil, Colônia de Banqueiros, Gustavo Barroso (1934) -
Leitura obrigatória nas escolas militares durante muitos anos, é uma verdadeira
síntese do pensamento reacionário nacionalista muito em voga no Brasil nos anos
30, culpando uma “conspiração dos banqueiros internacionais” pelos problemas do
país (seu subtítulo é “História dos empréstimos brasileiros de 1824 a 1934”). O
autor, historiador renomado, era, além de dirigente e ideólogo da Ação
Integralista Brasileira (a versão cabocla do fascismo), conhecido antissemita,
chegando a traduzir do francês Os Protocolos dos Sábios de Sião, livro que não
fica muito longe, em matéria de propaganda antijudaica e conspiracionista. Mais
uma prova de que o nacionalismo rombudo e irracional é comum aos dois extremos ideológicos.
- O Cavaleiro da Esperança, Jorge Amado (1942) - Hagiografia
do caudilho comunista Luiz Carlos Prestes escrita pelo autor de Tieta e de
Gabriela na época em que militava no Partido Comunista (o velho PCB). Jorge
Amado chegou a ser eleito deputado federal pelo “Partidão” em 1945. Nessa
época, escrevia coisas sob encomenda, como tarefa ditada pela direção do
partido, que o via como um bom relações-públicas. Somente despertaria do
delírio totalitário e largaria a canoa furada do comunismo depois de 1956, com
a revelação dos crimes de Stálin por Krushev. Antes, escreveu essa sua
contribuição à criação do culto da personalidade de Prestes, o frustrado (e
extremamente incompetente) Stálin tupiniquim.
- Geografia da Fome, Josué de Castro (1946) - Não é
exatamente um livro ruim (traz algumas informações importantes sobre um tema
que era até então pouco estudado), mas merece estar na lista pelo uso que dele
fizeram os esquerdistas, sobretudo o PT, que o transformou numa espécie de
justificativa intelectual para programas inócuos e demagógicos como o finado “Fome
Zero” (alguém lembra?) e o “Bolsa-Família”, o maior programa de compra de votos
do mundo. O autor, funcionário da ONU, entrou para o panteão de heróis da
esquerda não tanto pelo que escreveu (poucos leram seus livros, como o clássico
Geopolítica da Fome), mas por ter proporcionado um tema a ser explorado por
demagogos e populistas de plantão. De qualquer modo, o assunto está um tanto
quanto desatualizado: no Brasil de hoje, o maior problema dos pobres não é a
fome, mas a obesidade - culpa, em parte, do agronegócio, tão demonizado pela
esquerda.
- O Mundo da Paz, Jorge Amado (1951) - Livro tão ruim que o
próprio autor mandou retirar de sua lista de obras completas, por pura vergonha
de tê-lo escrito. Seguindo a trilha do “realismo socialista”, presente em sua
biografia de Prestes e em sua trilogia stalinista Os Subterrâneos da Liberdade
(1954), o baiano comete aqui um dos elogios mais grotescos e acríticos das
ditaduras comunistas do Leste Europeu, a começar pela ex-URSS e por seu então
líder, o ditador Josef Stálin, que o autor enaltece como o “guia, mestre e pai”,
o “maior gênio da humanidade” etc. Por coisas como essa, Jorge Amado, que se
desfiliaria poucos anos depois do PCB, foi galardoado com o prestigiadíssimo
(para os comunistas) “Prêmio Stálin”... Sem comentários.
- O Mundo do Socialismo, Caio Prado Junior (1962) - Assim
como O Mundo da Paz, trata-se de um elogio desbragado e idiota das ditaduras
comunistas (sobretudo URSS e China), que o autor, um dos principais ideólogos
comunistas brasileiros, via como exemplos não somente de eficiência técnica e
justiça social, mas também de democracia (!!!). Explicitamente panfletário,
assim como seu URSS: Um Novo Mundo (1934), chega ao ponto de transcrever
trechos de resoluções de congressos do Partido Comunista da União Soviética, a
fim de provar que a terra do Gulag e do KGB era o paraíso na Terra... Um modelo
de propaganda ideológica e de desonestidade intelectual que seria seguido por
bajuladores de ditaduras comunistas como a de Cuba.
- A Revolução Brasileira, Caio Prado Junior (1966) -
Considerada uma das obras mais importantes do autor, comunista oriundo de
tradicionalíssima família da elite paulista, até hoje é debatida nos círculos
de esquerda. Causou furor em seu tempo, pois contrariava a tese então dominante
no PCB, da existência de “restos feudais” no Brasil que deveriam ser varridos
por uma revolução em duas etapas, “democrático-burguesa” etc., defendendo, em
vez disso, que o Brasil já era capitalista. Por incrível que pareça, foi
preciso um comunista escrever um livro para que a esquerda brasileira
descobrisse esse fato óbvio.
- Minimanual do Guerrilheiro Urbano, Carlos Mariguella
(1969) - Como o nome indica, trata-se de um “minimanual”, escrito de forma
pedagógica e de afogadilho pelo ex-deputado comunista e líder terrorista sobre
as melhores técnicas para matar, emboscar, sequestrar, assaltar bancos etc.
Adotado por grupos terroristas internacionais como as Brigadas Vermelhas
italianas e o Baader-Meinhof alemão-ocidental (e também por bandidos comuns),
virou uma espécie de obra “cult” entre os círculos radicaloides de extrema
esquerda nos anos 70, mais como um símbolo do que pelos ensinamentos nele
contidos, totalmente irreais (Mariguella acreditava que o guerrilheiro deveria
ser um super-homem, por exemplo: deveria saber pilotar aviões, conhecer
criptografia etc.). O próprio autor provou a inocuidade de suas ideias, ao ser
morto numa emboscada policial em São Paulo - uma morte previsível para quem
defendia a emboscada como método de luta política.
- Dependência e Desenvolvimento na América Latina, Fernando
Henrique Cardoso e Enzo Faletto (1969) - Seus detratores petistas não gostam de
lembrar, mas o “neoliberal” FHC sempre foi um intelectual de esquerda. Nesse
livro, considerado suamagnus opus, o sociólogo defende aquela que seria uma das
principais taras ideológicas da esquerda latino-americana na segunda metade do
século XX: a chamada “teoria da dependência”, de matriz leninista, segundo a
qual a pobreza de um país é determinada pela “exploração imperialista” e pelas “perdas
internacionais”, como se o comércio entre países fosse um jogo de soma zero.
Justifica em cada linha o conselho atribuído a FHC quando na Presidência da
República: “esqueçam o que escrevi”. É o único livro escrito por autor
brasileiro (em co-autoria com o sociólogo chileno Enzo Faletto) que consta da
lista de “Os Dez Livros que mais Comoveram o Perfeito Idiota Latino-Americano”.
- Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire (1974) - Obra que
marcou gerações de professores e estudantes no Brasil, é a Bíblia dos pedagogos
brasileiros. Basicamente, é um panfleto de auto-ajuda marxista embalado numa
linguagem de sistema pedagógico, introduzindo conceitos como “luta de classes”,
“revolução” e “classe operária” na sala de aula. Seu “método” de alfabetização
de adultos baseado em Marx foi adotado pelo sistema de educação brasileiro nas
últimas cinco décadas. Não surpreende, portanto, que não se conheça, até hoje,
o nome de nenhuma pessoa que foi alfabetizada por seu “método” revolucionário.
Tampouco surpreende que o Brasil esteja em penúltimo lugar no ranking mundial
de educação. Mesmo assim, o autor foi endeusado até o limite do possível, tendo
sido escolhido postumamente, em 2012, o “patrono da pedagogia nacional” pelo
governo petista de Dilma Rousseff. Faz sentido.
- A Ilha, Fernando Morais (1976) - Reportagem que, se teve o
mérito de romper o isolamento informativo sobre Cuba, vigente no Brasil desde
1964, serviu para divulgar a lenda da ilha comunista como um paraíso dos
trabalhadores. O autor ficou rico escrevendo (favoralmente) sobre o comunismo,
como em Olga (1985), o que lhe rendeu, além de uma gorda conta bancária, um
mandato de deputado pelo PMDB de Orestes Quércia, um dos políticos mais
corruptos do Brasil em todos os tempos. Atualmente, é lulista e amigo do peito
de José Dirceu e companhia.
- Da Guerrilha ao Socialismo: a Revolução Cubana, Florestan
Fernandes (1979) - Série de apostilas transformadas em livro por um dos maiores
ideólogos esquerdistas do Brasil, considerado “o pai da sociologia brasileira”.
Ajudou a consolidar o mito do regime castrista humanista e democrático, que
prende, tortura e mata, mas o faz em nome da humanidade.
- Genocídio Americano: a Guerra do Paraguai, Julio José
Chiavenato (1979) - Obra que pretendeu ser uma “denúncia” da Guerra do Paraguai
(1864-1870), a qual mostra como um massacre (“genocídio”) em que Brasil,
Argentina e Uruguai, seguindo ordens do imperialismo da Inglaterra, destruíram o
Paraguai, que teria pago em sangue por ser um país supostamente próspero e
independente. Tal mito, divulgado pela esquerda durante décadas, foi totalmente
desmentido por pesquisas posteriores. Desde então, está desmoralizado como obra
histórica séria.
- Igreja: Carisma e Poder, Leonardo Boff (1984) - Livro que,
inspirado na radicalização à esquerda de parte do clero na América Latina
depois do Concílio Vaticano II (1962-65), é uma das referências da
autoproclamada “teologia da libertação”, tentativa herética oportunista de
infiltrar o marxismo na Igreja Católica que teve bastante influência nos anos
70 e 80, principalmente no campo. Leonardo Boff, um de seus principais
ideólogos, foi condenado em boa hora ao silêncio obsequioso pelo Papa João
Paulo II em 1985 e, vendo que não poderia transformar o Vaticano numa
Comunidade Eclesial de Base (CEB), num sindicato ou numa filial do PT,
desligou-se da Igreja, trocando-a por Fidel Castro. Continua assessorando os
dirigentes petistas, tendo-se reinventado, desde então, como autor de livros de
auto-ajuda e guru ecológico.
- Brasil: Nunca Mais, Arquidiocese de São Paulo (1985) -
Embora importante como registro histórico e denúncia das violações dos direitos
humanos pela ditadura militar, peca por não se referir, em nenhum momento, aos
crimes da esquerda armada. Serviu, assim, como uma luva para os propósitos
revanchistas dos que querem reescrever a História às custas dos cofres
públicos.
- Fidel e a Religião, Frei Betto (1985) - Monólogo em forma
de entrevista do ditador mais amado da esquerda brasileira, por um dos
expoentes da “teologia da libertação”, um frei dominicano que se autointitula “irmão
em Cristo e em Castro” (sic). Um monumento à sabujice e à devoção sem limites a
tiranos assassinos.
- Convite à Filosofia, de Marilena Chauí (1994) - Livro
didático que, assim como O Que é ideologia?, da mesma autora, deseducou uma
geração inteira de estudantes brasileiros do ensino médio. É uma espécie de
bê-á-bá do pensamento marxista disfarçado de manual filosófico. A autora,
verdadeira musa intelectual do PT, já chegou a dizer que, quando Lula fala, o
mundo se ilumina. Em compensação, odeia a classe média.
- O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro (1995) - Último livro de
Darcy Ribeiro, antropólogo que começou no PCB, foi ministro da Casa Civil de
João Goulart e ficou famoso pela criação da UnB e por sua associação com o
caudilho Leonel Brizola nos anos 80, quando defendia a beleza e funcionalidade
das favelas, “a verdadeira habitação brasileira”. Síntese das teorias
populistas do “socialismo moreno” brizolista, parte da ideia de que o Brasil,
devido a características raciais únicas, seria uma “nova civilização”, superior
a todas as outras (sobretudo aos EUA, dos quais o autor negava qualquer
contribuição cultural significativa). Uma das fontes da “cultura da periferia”
que hoje infesta as rádios e tevês do país.
- Formação do Império Americano, Moniz Bandeira (2005) -
Versão antiamericana da formação dos EUA, por um expoente do antiamericanismo
verde-amarelo. Descreve a ascensão do Gigante do Norte como uma marcha
ininterrupta de saque e guerras por um vilão da política internacional, e os
demais países, como vítimas passivas do “imperialismo ianque”. Basta citar que
coloca no mesmo patamar o presidente Franklin Roosevelt e o ditador Adolf
Hitler. Precisa dizer mais? (P.S.: Virou leitura obrigatória no Itamaraty.)
- Lula, o Filho do Brasil, Denise Paraná (2003) -
Hagiografia do ex-sindicalista e principal beneficiário do mensalão. Uma ode ao
operário filho de uma mulher que nasceu analfabeta. Virou filme, o fracasso
mais caro já feito no Brasil. Assim como o governo do personagem em questão, o
mais corrupto da História do Brasil.
- A Vida quer é Coragem, de Ricardo Batista Amaral (2011) -
Na trilha do Chefe, o Poste também ganhou uma biografia elogiosa. Metade relato
dos anos de “formação política” como militante de organizações terroristas nos “anos
de chumbo” da ditadura militar, metade narrativa da campanha presidencial de
2010, tenta vender a ideia da “presidenta” ultra-preparada e competente, que
doou generosamente a juventude pela luta “por um Brasil melhor” etc. O título é
uma pérola de ironia involuntária.
- Os Últimos Soldados da Guerra Fria, Fernando Morais (2011)
- Elogio da deduragem em forma de thriller político.
- Todos os de Emir Sader: Infelizmente não foi possível
selecionar nenhuma obra desse autor. Qualquer livro dele merece constar de
qualquer lista de piores, no Brasil ou alhures.