Prova de desonestidade. Já conhecida. De ofensa ao país,
comumente repetida. A arrogância de quem se julga acima do estado de direito. E
da verdade histórica.
A condenação aconteceu? Que se puna a imprensa! Cassem a
palavra de jornalistas! Como se estes fossem policiais, promotores e juízes. Os
atuais acusados pelo delírio do guerrilheiro da espingarda de rolha de cortiça.
Acrescente-se uma reforma política jamais explicitada. Só a
defesa do tal financiamento público de campanha, para dar legalidade aos
achaques já praticados.
E como usam o termo “desconstrução!” Tenho ouvido com
frequência. O mesmo que destruição. Quem quer desconstruir assume que quer
destruir: acabar com algo que já foi construído.
Como um julgamento. E contra os fatos.
Parece-me que José Dirceu deseja a prisão. Ou ao menos
justificar a pena a ser cumprida. Dando ares de politização a uma condenação
por roubo.
Se na ditadura os assaltos a bancos eram chamados de
expropriação e tinham – mesmo com críticas de muitos – um emprego coletivo,
desta feita foi dinheiro para os bolsos de porcos que transformaram o
Legislativo em chiqueiro. O que há de ideológico ou de político nestas ações?
Esta tentativa – hoje isolada – de Dirceu parece dar razão a
Lula quando definiu o condenado pela chefia da quadrilha, em tempos passados:
“José Dirceu não tem amigos. Ele só pensa nele!”.
Dirceu tenta criar um clima de desmoralização do Poder Judiciário
na tentativa desesperada de criar um fato político que dê margem – delirante –
de se autodeclarar “prisioneiro político”. Como já disse antes, prisioneiro do
governo do PT.
Mas, ele só pensa nele…
Dirceu não terá ─ nem ele nem ninguém ─ condições de
desconstruir o que quer que seja, além das próprias pobres biografias.
Transformadas em folhas corridas.
Esta insistência patológica de ignorar a realidade não pode
ser doença. Parece ser retirada de algum manual lulopetista, visto que
utilizada pela imensa maioria dos adeptos da seita.
E há quem pretenda separar Dirceu do PT. São irmãos
siameses. Indissociáveis. Um diz o que o outro pensa. E ambos obedecem o que o
supremo líder pensou pensar.
Mas Lula conhece os seus (dele)!
Sabe que Dirceu “não tem amigos.” Nunca teve. E que neste
momento, José Dirceu – chefe de uma quadrilha de bandidos condenados por roubos
aos cofres públicos – precisa ser mais uma vez a vítima do crime que não houve.
Um crime político.
O outro, previsto no Código Penal, não há como desconstruir.
A única alternativa é calando a imprensa e propondo
reformas.
Quem sabe a do Poder Judiciário?
Na semana passada, o quadrilheiro Pedro Caroço voltou à
carga contra os atuais alvos da covardia reconhecida: de novo a imprensa. E
como se previa, o Judiciário.
Um porque ousou falar. Outro, porque ouviu. E ambos porque
fizeram o que a nação e a democracia exigem.
Em artigo no blog que mantém (e que perderá o direito de
usar, visto que presos não podem ter acesso a Internet), um post com o título
“O que justifica?”, investe contra a decisão do ministro Joaquim Barbosa de
apreender os passaportes de réus já condenados.
As justificativas são diversas. E é até cansativo
elencá-las. A primeira – e básica – e que bandidos precisam ser vigiados entre
a apenação e a execução da pena. E que bandidos que roubaram, possuem ainda
mais condições de fugir, visto que milionários com o que roubaram. Outra
decorre do caráter dos condenados. Especificamente no caso de Dirceu, nada a
comentar. Dirceu continua na clara intenção de ser o “mártir do puteiro!”. O
“preso político” que trocou o crime de opinião pelo roubo na boca do caixa. Do
dinheiro público.
Quer confrontar o Judiciário. Quer se colocar como uma vítima
do sistema, que ele mesmo afirmava (e nunca foi verdade!) a construir. Ele se
esquece de que o nome do jogo é DEMOCRACIA. E, na democracia, bandidos são
presos.
Há muito não via tamanho descaramento e hipocrisia, na
tentativa de impor a canalhice como valor a ser preservado: “Nenhum ministro
encarna o Poder Judiciário – não estamos no absolutismo real. Nenhum ministro
encarna a nação ou o povo – não estamos numa ditadura. Mesmo acatando a
decisão, tenho o direito de me expressar diante de uma tentativa de intimidar
os réus, cercear o direito de defesa e expor os demais ministros ao clamor
popular instigado, via holofotes de certa mídia, nestes quase quatro meses de
julgamento.”
Dirceu é uma anta? Há controvérsias. Mesmo uma nobre anta (o
que não é o caso, visto que falta nobreza) sabe que não pode, presa em redes,
atacar quem a capturou.
A figura animal mais próximo da verdade é da hiena. Come
fezes, ataca em bando, ri, abandona outras (as feridas) pelo caminho de fuga e
provoca o inimigo e depois foge…
Até onde este script de filme de terror vai continuar sendo
encenado?
A alegação de uma suposta “coragem” derivada deste
enfrentamento cai por terra quando se reconhece que o Judiciário não age por
vingança. Age por justiça. E esta já basta ao escroque oficial. O chefe da
quadrilha sabe que nada perde ao tentar desmoralizar o mesmo poder que lhe deu
acolhida quando fugitivo e anistiado. O ganho se ouve nos gritos de “mexeu com ele,
mexeu comigo!”, entoado nas bocas de fumo – correção , nas plenárias – onde os
aliados do ladrão se reúnem.
O objetivo é posar de perseguido político. E justificar a
pesada pena pelo “inconformismo” com a “sentença influenciada por uma certa
mídia”, prolatada por “juízes absolutistas e ditadores”. Em um país governado
pelos seus (dele) próprios protetores.
É o samba do ladrão doido!
Ou a salsa cubana do covarde sem caráter.