Eu achava que apenas o futuro era incerto, e que o passado –
pelo menos o passado mais recente – fosse um fato consumado, sem muitas
incertezas, dado o grande número de provas irrefutáveis que facilmente podem
ser conferidas mediante a simples consulta de jornais antigos. Eu tinha certeza
de que os fatos históricos recentes que eu tomei conhecimento em meu País
seriam de domínio geral, não só meus e de uns poucos. Puro engano.
Cada dia que passa, o passado recente do Brasil vai-se
modificando por conta de um revisionismo esquerdista inconsequente, que tenta
explicar nossa História unicamente sob a ótica marxista. Pode-se ter dúvidas
quanto a um passado remoto, como a Idade Média, ou muito distante, como o Big
Bang, que é ainda apenas uma especulação científica. Mas, fatos que ocorreram
há poucas décadas, como os dos governos militares pós-1964, deveriam ser
contados como realmente ocorreram, sem maniqueísmos pueris, de modo a haver
apenas o compromisso com a verdade.
Antonio Giusti Tavares afirma em seu livro Totalitarismo
Tardio - o caso do PT: “Juízos de valor acerca de condutas do passado devem ser
feitos não a partir de parâmetros éticos do presente, mas da contextualização
da conduta na sua própria época, e nela, por comparação com condutas diferentes.
Os historiadores e os cientistas sociais devem cumprir pelo menos dois
requisitos básicos da epistemologia e da ética das ciências humanas: 1) evitar
tanto quanto possível qualquer restrição ou seleção dos fatos brutos e 2) ao
apresentá-los, distinguir sempre, tanto quanto possível, entre fatos e
interpretações” (pg. 194). (1)
Como exemplos de revisionismo, temos:
- revisionismo soviético (em que antigos heróis, caídos em
desgraça, eram riscados de enciclopédias, ou que tinham suas imagens “apagadas”
em fotos oficiais);
- revisionismo do Holocausto (em que escritores colocam em
dúvida o número de vítimas do Holocausto judeu promovido pelos nazistas - a
exemplo de S. E. Castan em seu livro Holocausto Judeu ou Alemão?, pelo qual foi
condenado pelo STF);
- revisionismo atual da esquerda brasileira: a história
recente do Brasil, especialmente o Movimento militar de 1964, é descrita sob a
ótica da dialética comunista, em que não há nenhum estudo sério sobre o
assunto, apenas panfletagem e proselitismo socialista.
Outro tipo de revisionismo - na verdade, propaganda da
desinformação e da difamação - liga o Papa Pio XII aos nazistas. Por exemplo, o
livro de John Cornwell, “O Papa de Hitler”: “A capa do livro de John Cornwell
mostra o arcebispo Pacelli saindo de um edifício do governo alemão, escoltado
por dois soldados. Essa visita oficial do então Núncio Apostólico na Alemanha,
teve lugar em 1929, quatro anos antes que Hitler chegasse ao poder (em
30/1/1933). Como Pacelli saiu da Alemanha em 1929 e nunca mais voltou, é
enganoso e tendencioso o uso dessa fotografia” (Texto do jesuíta Peter Gumpel,
historiador convidado pelo Vaticano para coordenar o processo de beatificação
do Papa Pio XII, in Pio XII, Hitler e os judeus, publicado em PODER - Revista
Brasileira de Questões Estratégicas, Ano I, nº 05, pg. 58, Brasília, Maio/Junho
2000).
No último livro de Leandro Narloch (2), lê-se que “‘o
Saladino que os muçulmanos elevariam a um status quase messiânico no século 20
tinha uma semelhança muito maior com o imaginário popular europeu do século 19
do que com qualquer personagem histórico’, diz o historiador Abdul Rahman
Azzam. Eis um ótimo exemplo de como, dependendo do ânimo e dos ressentimentos
de uma época, o passado muda, ganha personagens, enredos e novas razões para as
pessoas se sentirem magoadas com a história” (pg. 54).
O objetivo do revisionismo da esquerda brasileira é um só:
solapar os fundamentos morais do país, alicerçados na herança judaico-cristã, e
a rica história das Forças Armadas, que livraram o Brasil do jugo comunista (ou
de uma guerra civil), ao mesmo tempo em que tenta enaltecer terroristas, como a
presidente Dilma Rousseff, que integrou a sangrenta VAR-Palmares. Assim, não
causa estranheza que o Dia da Pátria seja substituído pelo “dia dos excluídos”
e pelo vandalismo dos Black Blocs, que Lamarca seja apresentado como herói e o
Duque de Caxias seja revisto como genocida dos paraguaios.
Professores marxistas infiltrados nas escolas brasileiras
afirmam que o Brasil e a Argentina estiveram a serviço do imperialismo inglês,
invadindo o Paraguai e esmagando o país mais “progressista” da América do Sul.
Uma estrondosa mentira, pois o Brasil havia rompido relações diplomáticas com a
Grã-Bretanha devido à Questão Christie. O livro Nova História Crítica, para a
7ª. série, de Mário Schmidt, afirma que os ingleses foram contra a escravidão,
não por questões humanitárias, mas por interesses econômicos. Na verdade, “o
movimento abolicionista inglês teve uma origem muito mais ideológica que
econômica. Organizado em 1787 por 22 religiosos ingleses, foi um dos primeiros
movimentos populares bem-sucedidos da história moderna, um molde para as lutas
sociais do século 19” (NARLOCH, 2009: 104). (3) Segundo Schmidt, “a princesa
Isabel é uma mulher feia como a peste e estúpida como uma leguminosa” (idem,
pg. 104). Para o linguista de pau, bonito talvez seja Zumbi dos Palmares, que
tinha uma penca de escravos.
O historiador Francisco Fernando Monteoliva Doratioto, em
seu livro O Conflito com o Paraguai - A guerra do Brasil, contesta tais
revisionistas e afirma que “a formação dos Estados nacionais da região foi a
causa do sangrento conflito” (Jornal de Brasília, 12/7/1999). Os cambás
(pretos, em guarani) foram decisivos para a vitória brasileira: “Muitas vezes
as deserções eram tantas que batalhões inteiros dissolviam-se quando em marcha
para o front. Na verdade, como temos notícia em cartas de Osório a Caxias,
muitos brancos rio-grandenses também desertavam. Porém, negros da Corte ou de
todo o vasto Império lutavam bravamente e eram raríssimos os casos de deserção.
O bom, forte e sacrificado sangue africano foi decisivo e insubstituível nas
conquistas da guerra e, portanto, para o seu desfecho, com a vitória triunfal
do Império” (PERNIDJI, 2010: 55-6). (4)
Vale lembrar que Caxias levou uma novidade ao campo de
batalha: o balão aerostático, para reconhecimento do número de canhões do
inimigo. Para tanto, trouxe o polonês-americano Chodasiewicz, perito no
assunto. “Dizem que os paraguaios, quando viram o balão subir, caíram de
joelhos e rezaram à Virgem e a Tupã, dizendo que o marquês tinha parte com o
demônio e que, com os negros, levaria todos os homens para trabalhar nos
saladeiros no Rio Grande, enquanto as mulheres, como escravas, iriam para a
luxúria dos soldados, todos dentro do balão” (PERNIDJI, 2010: 94-5).
Enfoques revisionistas marxistas têm o mesmo valor histórico
de “O Quinto dos Infernos”, minissérie da TV Globo que trata com desrespeito a
História de D. João VI e D. Pedro I, com baixaria de toda ordem. Ou da novela
chapa-branca do SBT, Amor e Revolução, apresentada em 2012, que serviu para
achincalhar o Exército Brasileiro - uma cortesia de Sílvio Santos ao governo do
PT, pela ajuda financeira ao imbroglio PanAmericano. Nesse mesmo ano, o SBT
promoveu a votação de O maior brasileiro de todos os tempos. Para tristeza de
muitos, Lula ficou pelo caminho, sendo vencedor o espírita Chico Xavier.
O mesmo maniqueísmo é visto na atual Comissão Nacional da
Verdade - o Pravda tupiniquim - que tenta reescrever a recente história do
Brasil dentro da ótica dos antigos terroristas de esquerda. Além de assassinar
a História, de modo que prevaleça a versão da esquerda, o objetivo do governo
revanchista de Dilma Rousseff é desviar a atenção de problemas complexos, que
são jogados nos porões do esquecimento. Por exemplo, a Secretaria de Direitos
Humanos, fazendo eco ao embuste esquerdista, lamenta os cerca de 400
“desaparecidos políticos” do governo militar, porém Maria “La Pecosa” do
Rosário (5) não mostra nenhuma emoção, nem revolta, pelos cerca de 50.000
brasileiros que desaparecem todos os anos no Brasil, como noticiou o Jornal
Nacional do dia 24/5/2012. Só no pequeno Distrito Federal, mais de 3 pessoas
desaparecem todos os dias. Em 10 anos de governo do PT, houve um verdadeiro
holocausto brasileiro, desconhecido pela grande mídia. Não me refiro ao livro
de Daniela Arbex, mas aos cerca de 1.200.000 brasileiros violentamente mortos
nos últimos 10 anos – anualmente, morrem cerca de 60.000 brasileiros em
acidentes rodoviários e outro tanto são assassinados.
Recentemente, as Organizações Globo criaram um site, para
apresentar a Memória do conglomerado empresarial. No dia 2 de setembro de 2013,
requentando um texto publicado pelo jornal O Globo, o apresentador do Jornal
Nacional, William Bonner, lamentou que O Globo tenha publicado em 1984 um
Editorial, em que Roberto Marinho fazia um balanço positivo do governo dos
militares. Bonner disse que o “apoio ao golpe de 1964 foi um erro” - na
verdade, houve um contragolpe, pois desde 1961 os comunistas brasileiros
planejavam tomar o poder, com a participação de cubanos, e em janeiro de 1964 o
traidor Luiz Carlos Prestes foi prestar contas a seus chefes, no Komintern, em
Moscou, dizendo que “os comunistas já estão no governo, só falta tomar o
poder”.
É vergonhoso a Globo, hoje, tentar modificar a História,
repudiando o Movimento militar de 1964, que foi exigido por toda a sociedade,
como se pode comprovar lendo os noticiários da época, quando a quase totalidade
dos jornais inicialmente exigiram e depois apoiaram a derrubada de João
Goulart. O mesmo pode ser conferido na edição extra da revista O Cruzeiro.
O capitão do Exército José G. Pimentel, em seu site, afirma
o seguinte: “Em 1 de abril de 1964 o jornal O Globo não circulou, uma vez que
fuzileiros navais, comandados pelo Almirante Aragão, a soldo de Jango, ocuparam
as instalações do jornal. No dia seguinte, libertos, publicaram o editorial
intitulado Ressurge a Democracia. Amanhã, caso os black blocs e os movimentos
sociais, sabe-se lá a soldo de quem, impedirem a circulação do jornal, a quem a
direção de O Globo irá recorrer?” Na verdade, tenho certeza de que O Globo não
chegará a essa situação difícil, pois os novos donos já fizeram sua opção
preferencial pelo apoio à esquerda bolivariana de Lula-Dilma junto com seus
parceiros ideológicos Maduro-Correa-Cristina-Evo-Ortega - com a supervisão dos
manos Castro, de Cuba. Desde que a verba bilionária proveniente da publicidade
governamental continue a cair no cofrinho das Organizações Globo, os
descendentes de Roberto Marinho não terão nenhuma vergonha de transformar seu
jornal num Granma brasileiro.
Em seu novo Editorial, o “esquadrão de reescritores”
orwelliano que hoje comandam o principal conglomerado brasileiro de
comunicação, “magoados com a história”, finalizam dizendo pomposamente que “a
democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si
mesma”. Se os atuais revisionistas das Oganizações Globo têm tanto apreço pela
democracia, por que não se posicionam firmemente contra a entrada de milhares
de espiões cubanos, fantasiados com jalecos brancos, os quais, de acordo com o
objetivo final do Foro de São Paulo, têm como missão primordial ajudar o
governo petista e aliados a dinamitar a democracia e instalar um regime
comunista no Brasil, como o que já existe na Venezuela? Por que não denunciam a
remessa de cerca de R$ 1,3 bilhão à ditadura cubana, que será feita em 3 anos,
à custa do trabalho escravo dos “médicos” cubanos?
Será que algum dia os “reescritores” globais irão também
fazer um mea culpa a respeito da farsesca edição que a TV Globo fez do debate
ocorrido entre Lula e Collor, na campanha presidencial de 1989, em proveito
deste último? Com certeza, os revisionistas globais também repudiam o antigo
programa Amaral Neto, o Repórter, que apresentava as pujantes obras do governo
militar, ao mesmo tempo que devem aplaudir o de Caco Barcelos, que obteve a
façanha de criar uma mentira premiada, que foi desmascarada pelo coronel do
Exército José Luis Sávio Costa.
No Brasil, o passado é cada vez mais incerto. Chegará o dia
em que os mestres esquerdistas do engodo, dentro do espírito da criação de inúmeros
bantustões brasileiros e da anticomemoração dos 500 anos do Descobrimento do
Brasil, irão devolver a Portugal as caravelas de Pedro Álvares Cabral. Quem
sobreviver, verá!
Vacine-se contra o HIV esquerdista da desinformação, lendo o
ORVIL e acessando, além do Mídia Sem Máscara, os sites e blogs Olavo de
Carvalho, Escola Sem Partido, A Verdade Sufocada, Heitor de Paola, Terrorismo
Nunca Mais - Ternuma, Notalatina, Diego Casagrande, Percival Puggina, Reinaldo
Azevedo, Nivaldo Cordeiro, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Augusto Nunes,
Piracema – Nadando contra a corrente, Wikipédia do Terrorismo no Brasil.