Do blog do Augusto Nunes
Quando sectários impostores abriram fogo contra os
jornalistas do Charlie Hebdo, não tinham noção da intensidade do ato. As 12
vítimas sempre souberam. Os bárbaros atingiram o coração da LIBERDADE. Que
desconhecem, mas sonham exterminar. No mundo civilizado, bilhões de corações e
mentes enxergaram para além dos homicídios. Sentiram a necessidade da luta pela
sobrevivência. Da discordância. Do avanço civilizatório. Da liberdade de
expressão. E a resposta extrapolou a França da Igualdade, Fraternidade e
Liberdade.
Não sou um terrorista de teclado. Mas o que houve em Paris
tem parentesco com a tentativa de invasão do prédio da Editora Abril por
fanáticos que rejeitam os fatos publicados por VEJA. Ou com a lei imposta pelo
governo argentino para liquidar o grupo Clarín na Argentina e com a “cota
oficial” de papel concebida para cercear a oposição.
Em fevereiro de 2014, 55 jornalistas foram agredidos nas
manifestações de rua contra o governo venezuelano. Havia uma lista de
jornalistas a serem assassinados na Europa. Por enquanto, aqui existe uma lista
de profissionais que incomodam o PODER APODRECIDO que por ousarem fazer apenas
jornalismo. A diferença é da intensidade. Somente e por enquanto. A prática já
está em uso.
O mundo deu um BASTA! Que repercute em cada homem que preze
a própria liberdade e do direito de conviver também com opostos.
O que importa - para além da dor causada pela brutalidade
praticada, o assassinato sem sentido – é a raiz da intolerância. Para cada
jornalista morto, há milhões de leitores privados da liberdade. Para cada
matéria censurada (ou “controlada”), existem milhões de atos idênticos
praticados às escondidas.
Nós, leitores, só podemos agradecer a cada jornalista
independente. Em nome da cidadania. E do ser honesto, que era de regra e hoje é
exceção.
Blogueiros de aluguel, pagos para escrever o que os donos
ordenam, jamais seriam jornalistas de um Charlie Hebdo. Seriam charges de capa.
Seus rótulos rasteiros não nos atingem. Sabemos dar valor à LIBERDADE.
Eu sou Charlie. Eu sou cristão. Eu sou agnóstico. Eu sou
budista. Eu sou muçulmano. Eu sou de direita. Eu sou de esquerda. Pouco importa
o que eu seja.
EU SOU LIVRE!