A mídia golpista está de novo chateando o governo popular.
Só porque os missionários do PT no Planalto, no Congresso e na Petrobras foram
flagrados montando uma farsa na CPI da estatal, essa imprensa burguesa que não
tem mais o que fazer está novamente com manchetes escandalosas. Parece até que
não conhece o modus operandi de Dilma, Lula e companhia. Para um governo que
forja suas próprias contas - a céu aberto, para todo mundo ver qual o problema
em forjar uma sessão de CPI? Nada de novo no front. O problema, esse sim
escandaloso, não está na encenação, mas no palco.
O Brasil assistiu - sonolento, como sempre - ao sepultamento
da CPI do Cachoeira em 2013. Três meses depois, os brasileiros inundaram as
ruas para um basta contra alguma coisa que eles não sabiam (não sabem) o que
era. Nem um único pedestre, ativista, ninja ou mascarado fez alguma pálida
referência ao escândalo. Tratava-se de uma conexão mafiosa entre um mega
bicheiro e uma mega empreiteira - a escolhida pelo governo popular para fazer a
maior parte das obras do PAC. A Primavera Burra não viu que o Caso Cachoeira,
se devidamente investigado com o clamor das ruas, passaria a limpo boa parte da
República.
Mas é perda de tempo falar de manifestações que hoje
discutem se os pimpolhos incendiários podem ou não tramar em liberdade a
explosão da cabeça do próximo inocente. Os novos donos do Brasil - os
milionários imperadores do oprimido - sabem bem que nenhum lunático tranca-ruas
desses corre o menor risco de entender o truque da elite vermelha. Por isso, a
CPI do Cachoeira descansa em paz. Ela havia sido fomentada por Lula para
atingir adversários do PT. Quando o oráculo viu que o caldo entornaria para
dentro de casa, mandou parar a brincadeira. Nada como um líder.
E assim caminhava também a CPI da Petrobras, montada
carinhosamente pelo governo com todas as cartas marcadas, para morrer a
quilômetros da praia. A CPI do Cachoeira ainda tinha tido momentos insalubres,
com o companheiro Collor, escalado por Dilma, Lula e Sarney para babar seu ódio
contra a imprensa e tentar jogar areia nos olhos da opinião pública (como se
precisasse). Na CPI da Petrobras, não foi preciso nada disso. Trabalho limpo,
manipulação governista tranquila, maioria anestésica garantida - ninguém sabe, ninguém
viu doleiro nenhum, muito menos ouviu falar onde fica Pasadena.
Mais um escândalo posto magistralmente em banho-maria pelos
companheiros, só esperando que a chegada da Copa do Mundo lhe desse o golpe de
misericórdia - natural e indolor. Nem o mau humor dos 7 a 1 vexatórios lembrou
ao distinto público a central de negociatas em que foi transformada a maior
empresa brasileira. Tudo corria normalmente, até que surge a denúncia
bombástica: os depoentes que responderam sobre a Petrobras na CPI são acusados
de receber previamente as perguntas que lhes foram feitas pelos integrantes da
Comissão.
A farsa em si não tem problema nenhum. Desde que o Brasil
reelegeu Lula alegremente com o mensalão nas costas, a farsa está liberada. A
CPI da Petrobras já era uma farsa antes da farsa, infestada de companheiros
para não investigar nada. É como se você tivesse comprado o professor para lhe
dar nota 10, depois montasse outro golpe para roubar o gabarito da prova! Tudo
bem que sua vocação para o roubo seja forte, mas por que se arriscar tanto?
O caso do gabarito das questões da CPI para dirigentes da
Petrobras é incrível, porque ali todos são índios da mesma tribo: perguntadores
e perguntados servem à missão suprema de preservar o projeto de sucção do PT ao
reeleger Dilma Rousseff. Essa operação para marcar as cartas já marcadas é,
portanto, altamente intrigante. Um bom investigador diria, sem piscar: ainda há
algum segredo valioso nessa história. Ainda bem que esse investigador não
existe. O trabalho vai sobrar de novo para a imprensa burguesa, coitada. Como
exploram essa elite branca.
É sempre um espetáculo assistir à ação coordenada do PT
entre empresa estatal, Congresso e Palácio - naquilo que o ministro do Supremo
Luís Roberto Barroso já explicou que não é quadrilha. Seja qual for o nome do
esquema, tem a chance de chegar à perfeição se Dilma for reeleita.